terça-feira, 14 de julho de 2009

A "Saudade" como uma forma de religião.

Neste mundo existem várias religiões e todas com os seus adeptos, mas existem algumas “religiões” que são comuns a todas e a “saudade” é uma delas.

Vamos descrever as definições das palavras “religião” e “saudade” e analise se tem fundamento...

- “Religião” deriva do termo latino "Re-Ligare", que significa "religação" com o divino. Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que tenham como característica fundamental um conteúdo Metafísico, ou seja, de além do mundo físico.

Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer outra "ciência" social, de um grupamento humano em qualquer época que não tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são então um fenômeno inerente a cultura humana, assim como as artes e técnicas.

- "Saudade" é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, "saudade", só conhecida em galego-português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".

A “saudade” é um sentimento que temos pelos lugares, pessoas, épocas, situações, etc.

Este sentimento é uma “religião”, pois significa "religar" de alguma forma a algo, assim como uma crença, mas acredito que as crenças somente existam por que o homem tem o “vínculo” com o “divino”, o que nunca se apagou, nem nunca se apagará, pois esta faz parte do "saudoso" “EU” e é ela que nos alimenta em nossa busca da nossa origem.

Todos os seres humanos nascem com um senso inato de valores pessoais positivos e negativos. Somos atraídos por valores pessoais positivos tais como justiça, honestidade, verdade, beleza, humor, vigor, poder, ordem. Da mesma forma, somos repelidos por injustiça, morbidez, feiúra, fraqueza, falsidade, engano, caos etc.

Por exemplo, a beleza que está associada com o engano se torna repulsiva. A justiça associada com a crueldade é repulsiva. Esta capacidade inata de sentir atração ou repulsão é o fundamento da moralidade, em outras palavras, sentimentos bem entendidos formam a capacidade interior com a qual nascemos para chegar ao que pensamos ser bom ou mau e certo ou errado.

Estes valores entre outros são necessários para que haja uma “certa ordem”, para que haja uma organização, ou por incrível que pareça certo equilíbrio (lembrando que neste mundo tudo é dual, positivo e negativo).

Imagine canalizar a ganância, a ambição, a teimosia (persistência) entre outros para sermos pessoas melhores!!!

Acredito que outros tipos de sentimentos são os vínculos que ainda temos e suas perdas seriam uma catástrofe para a humanidade. O que ocorre na realidade, como tudo nesta vida de transformações é que eles adormeceram e se adaptaram ao dia-a-dia das pessoas e a “saudade” apesar de ser um sentimento muito forte para os nossos parâmetros atuais de interpretações, são apenas resquícios de uma coisa muito maior e significativa. Podemos chamar de sentimentos divinos degenerados, enfraquecidos.

Os outros sentimentos inerentes ao ser humano tem o mesmo valor, mas não a mesma intensidade, pois é o único que junto ao “amor” tem significado “divino”.

A “saudade” é a sensação implícita e a mola propulsora de nos “religarmos” a origem, de nos reencontrarmos.

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