sábado, 25 de julho de 2009

Qual o verdadeiro valor das coisas?




Na vida não basta ir apenas vivendo, mas sim analisá-la de uma forma racional, senão ela passa a ser um breve momento vivido sem o devido proveito e perdemos a oportunidade de perceber o seu significado e de nos conhecermos.

As pessoas sofrem, discutem, brigam, se aborrecem, invejam, tem ciúme, ganância, ambicionam, desrespeita, roubam, matam, guerreiam, são capazes das maiores monstruosidades pelas inversões de valores, pela inconsciência.

Já me deparei algumas vezes com situações que me despertaram estas reflexões e uma delas foi através das crianças até certa idade.

Em festa de aniversário de 1 aninho, quando ainda elas ainda não tem o “entendimento” das coisas, temos a oportunidade de perceber que um presente pomposo, caro, bonito, com mil e uma funções muitas vezes ficam em um canto, enquanto um simples patinho, ou uma bolinha de plástico é o que desperta toda a atenção do aniversariante.

Nota-se então, que o valor para quem não tem o “entendimento” é um e para quem o tem é outro. Isto quer dizer que as coisas só tem o valor que damos a elas e isto entra em uma escala de valores de cada ser. Para a criança o “valor” esta naquele objeto que foi comprado numa loja de R$ 1,99, enquanto para quem deu está naquele da loja de R$ 300,00 ou mais.

O que é o “entendimento” então? Entendimento é a faculdade de entender, de conceber, de julgar as coisas conforme os seres humanos assim já determinaram, os mesmos seres que valorizam os bens materiais acima de qualquer outra coisa e esta inversão de valores cega, embrutece, afastam o homem da realidade e o faz procurar a felicidade do lado oposto de onde ela se encontra.

O caminho oposto da felicidade chama-se ilusão, pois conheço muitas pessoas que com o necessário é feliz, enquanto os que mais tem, mais preocupações adquirem, além de não comprar a saúde, a paz, o amor e outras riquezas que todos procuram. Na vida tudo funciona bem com equilíbrio, ninguém vive sem dinheiro já que ele foi inventado, mas a palavra “muito” já se define por si própria e o mesmo acontece com o seu oposto.

O marketing do consumismo e do “ideal” da vida fazem uma “lavagem”, ou melhor, uma “sujeira” cerebral da qual somos bombardeados constantemente e que poderia muito bem ser denominada como a “religião” do Diabo. Por que teria esta denominação? Por prometer mentiras e atrair cada vez mais adeptos, por criar sonhos e ilusões, por alimentar a ganância, a ambição, a inveja, o ciúme e outras situações desagradáveis e facilitar determinados seres mais enfraquecidos a se drogar, a roubar e até matar seus semelhantes, em escalas maiores cria-se os armamentos que irão gerar guerras pela disputa de terras e riquezas materiais no intuito de dominar e ter cada vez mais posses.

E a indústria da beleza? Do que foi denominado como belo, quantos milhões ou bilhões de dólares esta indústria fatura por ano? Mais uma vez o marketing em ação, mais uma vez a “sujeira” cerebral agindo, fazendo com que as pessoas se achem feias, que precisem consertar o que é do seu verdadeiro natural e que funciona normalmente. Este marketing é tão forte que altera a cada período o perfil da beleza, é a midia mais uma vez dando mais valor à matéria do que ao ser.

Esta “religião satânica” influencia em tudo, até a preferência brasileira que sempre foi por bundas está aderindo aos grandes peitos americanos, consegue criar síndromes, ansiedades, depressões, fracassos, baixa estima entre tantas outras sensações que estão lotando consultórios psiquiátricos, tudo por ser conduzido por uma “moda” baseada apenas e simplesmente nos conceitos materialistas. Quantos na tentativa de ficar mais belo se deformaram ou até chegaram ao óbito?

Não sou contra nada nem contra ninguém como já relatei diversas vezes, apenas estou comentando como é que esta mecânica inconsciente age e suas influências sobre os seus adeptos. Acho até que daqui um tempo as pessoas naturais serão as que despertarão mais atenção por serem diferentes...

Muito se fala do valor da vida, mas está banalizada por esta muitas vezes ser permutada com um par de tênis, tudo em razão do homem estar convertido por uma sabedoria invertida, uma sabedoria da qual ele se distancia cada vez mais do sentido da vida, da inocência, das chamadas pequenas coisas, da fraternidade, da concórdia, do real valor do próximo.

Que belo saber de inconsciência, que só nos aprisiona e nos faz sofrer!

O saber artificial é tão admirado e cultuado que só gera o enfraquecimento dos seres tanto intelectual, quanto moral e financeiro. Em escala global o desmatamento, a poluição da atmosfera, dos rios e mares a destruição da camada de ozônio, o enfraquecimento da terra, enfim, um “entendimento” de suicidas.

Hoje se fala em consciência socioambiental, o que é uma faísca de tentar reverter a situação, mas esta faísca apenas surgiu quando começou a sentir-se o efeito de tudo que o homem “entendido” causou sem medir consequências, não por consciência verdadeira, pois se em algum momento deste mundo houvesse a consciência verdadeira nunca teríamos chegado a este ponto em que nos encontramos, e quer saber mais? Além de detectar tardiamente estes efeitos, muito pouco em proporções está sendo feito neste sentido, a grande maioria das pessoas não estão agindo como deveriam para que haja a sustentabilidade.

Tudo foi plantado pelo homem “entendido”, que tudo fez e faz através do pensamento e da imaginação, o homem que é de origem racional, mas que nunca usou o raciocínio por não se conhecer, por não saber a origem do raciocínio, nem do pensamento e muito menos da imaginação, pensa que sabe, mas confunde uma coisa com a outra. Quem sabe se descobrir o que realmente significa a palavra “racional” terá a oportunidade de solucionar todos os problemas da vida.

A vida é um ciclo, por isso, muitos quando já bastante lapidados, amadurecidos, alquebrados e já vivenciados toda esta trajetória, começam a despertar para a grande ilusão da vida e a valorizar o que realmente tem importância, volta a ter “1 aninho”, mas infelizmente, muitas vezes já não lhe resta muito tempo, ou tem o seu corpo limitado que não lhe permite mais saborear na sua plenitude o que aprendeu, e lá se vai mais um guerreiro vencido. E a somatória de tudo o que foi plantado deixamos de herança para as novas gerações que aqui vem para dar continuidade neste sonho (pesadelo).

Concluindo: A curta e rápida vida tem o valor que damos a ela e a seus pertences, assim como a beleza só tem valor para lapidar quem a valoriza!

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