quinta-feira, 21 de maio de 2015

A desilusão é o primeiro passo para a felicidade.

Ouço algumas pessoas dizendo que estão desiludidas com a vida, que não dá mais para confiar nas pessoas, que a política não tem jeito, que as coisas quando parecem que vão melhorar aparece uma surpresa, uma crise e as coisas desandam. Dizem que não aguentam tanta "porrada", que desanima, desgosta, cansa. Alguns entram em depressão e em casos extremos chegam a dar fim na própria vida.

O que é desilusão? Não é deixar de se iludir? O iludido não é aquele que vive fora da realidade? O iludido não é aquele cego que mesmo convivendo com a verdade não consegue senti-la?  O iludido não é aquele que vive de sonhos em um mundo encantado e que só cai na realidade que era sonho quando acorda?

Quando você está sendo roubado e descobre o roubo antes de te levarem tudo, você fica bravo(a) ou agradecido(a) por ter descoberto a tempo? É isso que acontece na vida, a desilusão é a natureza te mostrando que uma parte do seu valioso tempo de vida está sendo roubado com uma realidade imaginária, com um sonho, ao invés de aproveitar este curto tempo de forma útil.

Deveríamos reagir de forma diferente, sensata às correções de rumo da vida, dizendo: "Putz, eu estava enganado(a), perdendo o meu valioso tempo, navegando em um barco furado rumo ao oceano profundo sem me dar conta, então, agradeço por me fazer enxergar e sair desta hipnose, me magnetizando de forma tal que agora até tenho vergonha do papel ridículo que estava fazendo perante a todos e a mim mesmo(a)".

A vida é uma ilusão, todo mundo vive iludido, magnetizados pelos encantos da matéria que parece tudo ser e nada é. A ilusão é tanta que se pensa ser o que não é e que a vida e os seus pertences são nossos, mas nem da própria vida somos donos, tanto é que vivemos de experiências, aventuras e surpresas agradáveis e desagradáveis, na incerteza de tudo e sem saber quando morreremos e de que forma. Vivemos de esperanças, sendo esta a herança que deixamos para os que ficam e que é a última que morre.

Na realidade todos vivemos como crianças mimadas e o que for contra o nosso gosto e a nossa vontade, imediatamente abrimos um berreiro parecendo que o mundo vai acabar.

Os problemas que temos são proporcionais aos valores que damos às coisas, por isso uns sofrem mais por isso, alguns por aquilo e outros por aquilo outro. Quando nascemos sem nada sabermos, aprendemos com os antecedentes condenados às ilusões o quanto cada coisa vale, e com o tempo, nós mesmos passamos a dar os nossos valores para finalmente vivermos uma vida toda nos desiludindo e sofrendo para descobrirmos o real valor das coisas. Esta é a real razão de todo o sofrimento. Cabe aos que chegaram a esta conclusão, criarem uma nova cultura de lucidez, paz, sossego e harmonia para os que ainda virão.


Quem luta e sofre para conquistar o nada não pode reclamar que nada tem!


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